Espiritualismo:
Doutrina filosófica que admite a existência de Deus e da alma. Contrapõe-se ao materialismo, que só admite a matéria.
Segundo o materialismo, no ser humano só haveria o corpo físico. Até as funções superiores, como a memória, o raciocínio, as emoções, os sentimentos poderiam ser reduzidos a simples reações físico-químicas do sistema nervoso, do sangue, das glândulas internas. O Universo seria formado por acaso e seria explicado dentro das leis das ciências exatas (Matemática, Física, Química, Astronomia, etc.). Esta é a tese do materialismo filosófico, que não deve ser confundido com o materialismo pragmático e hedonista adotado por aquele que, embora se diga até mesmo religioso, só quer mesmo é gozar os prazeres da vida terrena, nem que seja em cima da miséria alheia.
Todos os religiosos, como aceitam a alma e Deus, são, por isto mesmo, espiritualistas.
Assim, a pala espiritualista tem significado muito vasto, abrangendo o católico, o protestante, o umbandista, o candomblecista, o israelita ou judeu, o islâmico, etc.
Espiritismo:
Doutrina filosófica, também espiritualista, mas que se diferencia das outras correntes filosóficas por ter características bem definidas, a saber:
a) concepção tríplice do homem: espírito - perispírito - corpo físico;
b) sobrevivência do espírito como individualidade;
c) continuidade da responsabilidade individual;
d) progressividade do espírito dentro do processo evolutivo em todos os níveis da natureza;
e) comunicação mediúnica disciplinada voltada para o esclarecimento e a consolação de encarnados e desencarnados;
f) volta do espírito à matéria (reencarnação) tantas vezes quantas necessárias para alcançar a perfeição relativa a que se destina, não admitindo, no entanto, a metempsicose, ou seja, a volta do espírito no corpo de animal para pagar dívidas, como aceita o Hinduísmo. Conforme o Espiritismo, o espírito não retrocede;
g) ausência total de hierarquia sacerdotal;
h) abnegação na prática do bem, ou seja, não se dobra nada por esta ou aquela atividade espírita;
i) terminologia própria, como por exemplo, perispírito, Lei de Causa e Efeito, médium, Centro Espírita, e nunca como astral, karma, Exu, Orixá, "cavalo", "aparelho", "terreiro", "encosto", vocábulos utilizados por outras religiões e que não tem cabimento no meio espírita;
j) total ausência de culto material (imagens, altares, roupas especiais, oferendas, velas, etc.);
k) na prática espírita não há batismo nem culto ou cerimônia para oficializar o casamento;
l) respeito a todas as demais religiões, embora não incorpore a seu corpo doutrinário os princípios e rituais delas;
m) a moral espírita é a moral cristã: "Fazer ao próximo aquilo que dele se deseje".