Estórias sobre centenas de vidas passadas do Buddha são relatadas em antigos contos relatados como Jatakas. Ele era um boddhisattva, isto é, alguém que passou muitas eras praticando as perfeições que conduzem à iluminação. Depois de completá-las, ele desceu ao paraíso de Tushita e renasceu como um príncipe no norte da Índia, por volta do século VI a.C. A vida desse príncipe também é narrada em muitos textos tradicionais.
Naquele tempo, a Índia estava dividida em pequenos estados e sua sociedade era dividida em castas. Desde aquela época, já havia uma grande diversidade de práticas religiosas.
Certa vez, a rainha Maya, do clã dos Shakyas sonhou com um elefante branco que trazia uma flor de lótus em sua tromba. Ela contou este sonho ao seu marido, o rei Shuddhodana, mas ele não soube interpretá-lo.
Os sábios brâmanes esclareceram que o sonho era o prenúncio do nascimento de um filho prodigioso: ele se tornaria um monarca universal ou um monge. O nascimento do menino, cercado de eventos auspiciosos, aconteceu no jardim de Lumbini.
Ele seria chamado de Sarvarthasiddha Gautama - "aquele da família Gautama que realiza todas as suas metas" -, logo, simplificando para Siddhartha Gautama - "aquele da família Gautama que realiza suas metas".
Um velho eremita brâmane, chamado Asita descobriu vários sinais no corpo do bebê e previu que o príncipe se tornaria um ser iluminado. A rainha Maya faleceu uma semana depois de dar à luz e a criança passou a ser cuidada pela tia, Prajapati.
Durante sua infância, Siddhartha foi educado pelos melhores professores do seu tempo e atingiu excelência em todos os campos de conhecimento. Ele também desenvolveu grandes habilidades marciais e venceu um torneio de artes militares, obtendo o direito de se casar com sua bela prima Yashodhara.
Na tentativa de entreter Siddhartha, o rei Shuddhodana deu a ele três grandes palácios, onde desfrutava das melhores comidas, bebidas, vestimentas e prazeres.
Quando Siddharta saiu pela primeira vez dos palácios, ele se encontrou com um velho, um doente, um morto e um asceta. Angustiado com o que viu, o príncipe fugiu para a floresta a fim de se dedicar à prática espiritual e encontrar o fim do sofrimento.
Seu único filho, Rahula, nasceu na noite em que ele decidiu partir. Apesar do coração repleto de afeição pela esposa e pelo filho, ele não hesitou em deixar os palácios para buscar o caminho da prática espiritual. Como símbolo de sua renúncia, Siddharta cortou seus longos cabelos com uma espada.
Siddhartha passou a praticar austeridades na floresta, sendo acompanhado por outros cinco ascetas. Depois de seis anos, ele percebeu que este estilo de vida não traria o fim do sofrimento.
Mara, o demônio do ego, tentou distrair Siddhartha de sua meditação. Suas três filhas - a cobiça, a raiva e a ignorância - tentaram seduzi-lo, mas não tiveram sucesso.
As hordas de demônios tentaram atacá-lo, mas suas flechas, pedras e bolas de fogo transformaram-se em pétalas e faíscas. Siddhartha tomou a terra como sua testemunha e continuou a meditar.
Na primeira vigília da noite, ele contemplou a sucessão de todas as suas vidas passadas. Na segunda vigília, ele contemplou o karma - o modo como as ações e seus frutos condicionam todos os seres. Na terceira vigília, ele contemplou o sofrimento, sua causa, sua cessação e o caminho que leva à cessação.
Pela manhã, Siddhartha finalmente atingiu o bodhi - a iluminação, o despertar - e exclamou, "Maravilha das maravilhas, todos os seres são completos e perfeitos, dotados de virtude e sabedoria, mas os pensamentos ilusórios impedem que percebam isso!"
A partir de então, ele passou a ser conhecido como o Buddha - o iluminado, o desperto - e como Shakyamuni - o sábio dos Shakyas.
Durante os 49 dias seguintes, o Buda Shakyamuni permaneceu em meditação. Inicialmente ele pensou que os seres seriam incapazes de compreender o Dharma, o caminho que leva à iluminação.
Entretanto, um ser divino ajoelhou-se aos seus pés e implorou que ele desse ensinamentos. Cheio de amor e compaixão pelos seres, o Buda então decidiu transmitir o Dharma.
Buda Shakyamuni procurou os ascetas que tinham sido seus companheiros e lhes concedeu os primeiros ensinamentos. Eles se tornaram os primeiros monges e assim surgiu a Sangha, ou comunidade budista.
O Buda passou a viajar constantemente para expor o Dharma, atraíndo muitos discípulos. Em três meses, sessenta discípulos já tinham atingido a santidade.
Eles foram enviados a várias direções como mensageiros do Dharma, "para o benefício de muitos, para a felicidade de muitos, por compaixão pelo mundo".
O Buda Shakyamuni visitou o seu reino, dando ensinamento a seus amigos e parentes, incluindo seu pai, seus tios e seus primos.Muitos deles tornaram-se monges e entraram para a ordem monástica budista.
Seu filho Rahula também foi ordenado como monge noviço e mais tarde atingiu a santidade.
Seu pai Shuddhodana, atingiu a santidade em seu leito de morte. O próprio Buda Shakyamuni cuidou de seus funerais.
Após a morte do pai, sua tia Prajapati e sua esposa Yashodhara tornaram-se as primeiras monjas budistas.
Seu primo e atendente, o monge Ananda, foi muito importante para o estabelecimento da ordem monástica feminina.
A cada ano, na estação das chuvas, o Buda Shakyamuni reunia-se com seus discípulos para fazer um retiro.
Generosos benfeitores doaram monastérios para a comunidade budista se reunir e fazer seus retiros.
Certa vez, ao fazer um retiro solitário na floresta, o Buda foi atendido por um elefante e um macaco.
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