27 de jul. de 2012

Sagrado e Profano

Você já percebeu que há uma forte tendência na sociedade em tratar tudo o que é sagrado ao que se refere à esfera "espiritual" ou religiosa, e tudo o que é profano ao que se refere à vida secular?


Sim, e podemos incluir-nos neste pensamento, pois ele faz parte da grande massa. Que atire a primeira pedra quem nunca pensou desta forma. E ainda podemos ir mais além. Há aqueles que tendem a classificar o sagrado e o profano ou, separar o sagrado do profano. Mas, quem dita as regras neste jogo?


Se analisarmos por uma perspectiva histórica, veremos que, aquilo que tratamos como sagrado nos dias de hoje não fazia parte do contexto religioso primitivo. Isso quer dizer, que todos os elementos religiosos primitivos não eram sagrados, porém, profanos?


O que acontece é que não estamos abertos a um diálogo interreligioso. Isso implica em deixarmos de lado toda a nossa "verdade", para entendermos o ponto de vista de outrem. Porém, a grande realidade é que somos muito "fundamentalistas" ainda, não queremos abrir mão dos nossos conceitos (ou seriam pré-conceitos), acerca do campo religioso. A verdade é que há um grande dualismo entre o sagrado e o profano. E como resolver este problema? Bom, sinto-lhes em dizer que é um problema sem solução. Sempre haverá um embate, pois o que é sagrado para uns é profano para outros, e vice-versa. E o que falta no meio de toda esta discussão é o respeito. 


Gosto muito de nos incluir como exemplo (evangélicos), por razões éticas e principalmente por ser a minha realidade de vida. Há muitos elementos que consideramos como profano, como por exemplo, os santos católicos. Consideramos como profano, pois não faz parte do nosso contexto de "verdade religiosa", porém, não podemos deixar de considerar sua sacralidade, visto que não refere-se a uma questão secular, correto? Ainda que não cremos nos santos católicos, porém são sagrados... para os católicos, mas são. Assim como é sagrado para nós o crer no sacrifício de Cristo na cruz, mas para diversos grupos religiosos esse crença é uma profanação. Portanto, quem está com a verdade? Percebem que há um dualismo?


Bom, vamos ao debate...


O que os fatos mostram? Que há uma distinção entre o sagrado e o profano nas religiões. Mas não há um respeito entre elas.


Qual é uma objeção comum? Que todas as religiões classificam seus elementos sagrados e profanos e rejeitamos os elementos sagrados de um outro grupo religioso que não seja o nosso.


Essa objeção faz sentido? É verdade que há uma certa dificuldade de aceitarmos o pensamento de um determinado grupo oposto. Porém, se não entendermos esta dualidade, o mundo sempre caminhará para a intolerância religiosa. É tudo uma questão de ponto de vista e respeito.


O que você acha? O que você pensa acerca do que foi abordado sobre o sagrado e o profano? O que seria sagrado ou profano para você? Deixe seu comentário.

5 comentários:

Unknown disse...

Oi, professor: Tá chegando o término das férias.Tempo de recomeço e de renovação de nossos conceito;sobretudo,no que tange à revisão do que o amado professor;deixou bem claro:intolerãncia.Me faz lembrar a aula da Tereza Akil,em que ela ilustrou bem isso (profano)qundo disse o seguinte:hoje é comum um evangélico colocar um copo com água sobre a tv na hora da oração de um pastor,mas se perguntassemos aos nossos bisavós sobre isso,com cereza diriam tratar-se de coisa profana.Não é de agora que se nota o "profano"?em nosso meio,de modo sutil.Isso não é nada mais nada menos do que uma herança,ainda enraizada em nosso meio;creio,principalmente,que isso seja em relação aos que ainda não foram verdadeiramente libertos.Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.Eis a questão!
Belchor

Unknown disse...

Bem Belchior, saudades de você! Sobre suas palavras...infelizmente, já presenciei DIVERSAS vezes, este ritual do "copo d'agua",com crentes que REALMENTE criam que o copo, afastaria os maus fluídos, os maus olhados...enfim, o mal.
Temos aprendido com os professores, que devemos respeitar as opiniões diversas, pois as vezes, o que é certo para mim, pode não ser o certo para você. O que fazer então?? é um dilema realmente, como dizer as pessoas que elas estão erradas numa determinada situação que TEMOS A CERTEZA QUE É PROFANA, mas ela de todo o coração diz ser uma coisa santa...certa!
Tenho aprendido a confiar no Espirito Santo, e tenho pedido ENTENDIMENTO,SABEDORIA, para poder "debater", ajudar. Minha personalidade e gênio, "INFELIZMENTE", não me ajuda muito, pois quando alguem Belchior, fala mal do nosso credo...muitas vezes eu perco a cabeça.
Mas...temo que ír avante, e aprender a cada dia. SHALOM!!!!

Professor Flávio A. Pedro disse...

Belchor... é interessante você ter citado a oração do copo d'água, pois é uma prática que nasceu com Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade (LBV). Esta prática foi adotada por alguns grupos evangélicos e é considerada sagrada por eles. Será que, se soubessem de sua origem ainda continuaria sendo sagrado?

Professor Flávio A. Pedro disse...

Mônica, sempre levantamos o questionamento em sala de aula sobre a verdade absoluta, de que ela não existe. O que existe são pontos de vista diferentes. Ou seja, o que eu creio como verdade só é absoluta para mim, mas para outrem não é. O que acontece conosco é que queremos que os outros pensem como nós. Sabe como isso se chama? Insegurança!!! Queremos nos afirmar como indivíduos, e para isso, há a necessidade de aceitação perante os outros.

Anônimo disse...

Sou evangélica. Não discuto "religião". A religião pura e imaculada é aquela, segundo a Bíblia, que visita os órfãos, visita as viúvas e, atende os necessitados. Enfim, a religião verdadeira é a que liga o Homem a Deus, através de Jesus Cristo. Fazendo isso, ela faz seu papel de religião (religar o homem a Deus).
Jesus Cristo é o único Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim (João 14:6). Acredito, fielmente na Bíblia (Sagradas Escrituras). Devemos, como discípulos de Jesus, apenas cumprir nossa missão: Ide e Fazei discípulos de todas as nações... batizando-as em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É essa a nossa missão como crentes em Cristo Jesus.

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