28 de jul. de 2012

História do Candomblé no Brasil (Parte I)

Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, mas também em países adjacentes como Uruguai, Argentina e Venezuela.

A religião, que tem por base a "anima" (alma) da natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás / Inquices / Voduns, sua cultura e seus dialetos, entre 1549 e 1888.

Embora confinado originalmente à população de escravos, proibido pela igreja Católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o Candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. É agora uma das religiões principais estabelecidas, com seguidores de todas as classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5 da população total) declararam o Candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros. Orixás do Candomblé, os rituais e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.

O Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuem vários deuses, o deus único para a nação Ketu é Olorum, para a nação Bantu é Zambi e para a nação Jeje é Mawu. São nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil, a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás / Inquices / Voduns recebem homenagens regulares com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos mesmbros do terreiro, como é o caso do Deus cristão que na maioria das vezes são confundidos.

Os Orixás da mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba.

Os Voduns da mitologia Fon ou mitologia Ewe foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon.

Os Inquices da mitologia Bantu foram criados por Zambiapongo (Zambi), deus supremo e criador.

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das dezenas de deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades" que podem ser cultuadas como um diferente Orixá / Inquice / Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser identificados com os Voduns do Jejé e Inquices do Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos, seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixá, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são incorporados por pessoas iniciadas durante o ritual do Candomblé. Outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.


Próximo post de Candomblé: História do Candomblé no Brasil (Parte II)

2 comentários:

Wagner da Silva Barreto disse...

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Hílton disse...

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