9 de abr. de 2010

Espiritismo Kardecista - Biografia de Allan Kardec (Parte I)


Denizard Hypollyte Léon Rivail
* 1804 + 1869
O menino de olhos claros, de personalidade enérgica e perseverante.
Allan Kardec era uma pessoa totalmente oposta ao protótipo de um místico ou de um iluminado. Homem muito inteligente, de temperamento calmo, racional e lógico, nunca possuiu nenhum tipo de mediunidade. Embora tido pelos espíritas como um missionário, jamais se proclamou como tal. Sua doutrina não é produto de uma tese pessoal, de cunho personalista, elaborada por revelação em algum "lugar santo", isolado, após alguma super experiência mística e solitária, toalmente subjetiva.
Nascido em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804 no seio de uma família simples de juízes e advogados, batizado como Denizard Hyppolyte Léon Rivail.
O pequeno Rivail nasceu em uma época de graves agitações políticas, conflitos sociais e religiosos, não apenas na França, mas em todo o mundo. Era a época de Napoleão I. Os franceses sofriam o peso de intermináveis chacinas e toda a Europa se transformara em sangrento campo de batalha.
O materialismo, a descrença, a intolerância religiosa predominavam. Os membros proeminentes do clero, com raras exceções, compartilhavam avidamente da roda dos interesses mundanos, tragicamente esquecidos do exemplo do Sublime Nazareno, de quem se auto-intitulavam legítimos representantes na Terra.
Aos 12 anos, Rivail concluiria seus estudos em sua amada Lyon. Seus pais, desejosos em lhe oferecer boa educação, vivendo o clima das lutas religiosas reinantes na França de então, entenderam por bem confiar o único filho ao famoso educador Heinrich Pestalozzi, o mais sábio, o mais respeitado e célebre professor daquele tempo, precurssor da moderna educação, da chamada "escola ativa" e fundador da primeira escola profissional do mundo, na Suíça.
No próximo post sobre Espiritismo Kardecista: Biografia de Allan Kardec (Parte II)

6 de abr. de 2010

História do Candomblé

O Candomblé é uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubás. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Ossossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do Candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os Orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumem o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante a sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam os atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos santos; a Ya Efun, dona do Efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos fara fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que "rasparam o Santo", ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta "incorporação" para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O Candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios.

Próximo post: Origem do Candomblé: Ifé